O setor de economia criativa ganhou 814 mil novos postos de trabalho e fechou o primeiro trimestre com 7,4 milhões de trabalhadores ocupados, número 12% maior que os 6,5 milhões verificados no primeiro trimestre de 2021. O segmento reúne cultura, moda, design, arquitetura, artesanato, comunicação, publicidade, entre outras especialidades profissionais.
Os dados estão no Boletim de Economia Criativa produzido pelo Observatório Itaú Cultural e divulgados nesta quinta-feira (30). Segundo o levantamento, feito com base nos dados da Pnad Contínua, a retomada gerou crescimento real de postos de trabalho frente ao período pré-pandemia.
O segmento encerrou o primeiro trimestre de 2022 com 570 mil postos a mais que os 6,8 milhões verificados no primeiro trimestre de 2020, um crescimento de 8% no intervalo.
A pesquisa ainda aponta que, no comparativo do 1º trimestre de 2022 contra o 1º trimestre de 2021, o número de vagas totais ofertadas no Brasil, segundo o IBGE, cresceu 9%.
O índice é 3 pontos percentuais menor que os 12% verificados nos setores criativos. No comparativo do 1º trimestre de 2022 contra o 1º trimestre de 2020, a economia brasileira aumentou em 2% a oferta de vagas, 6 pontos percentuais a menos que os 8% verificados na economia criativa.
Cultura registra maior crescimento percentual
O estrato de trabalhadores especializados em cultura foi o que experimentou o maior crescimento relativo de oferta de postos de trabalho, entre o 1º trimestre de 2022 e o 1º trimestre de 2021.
De acordo com o estudo, no total, foram abertas 173 mil vagas para este estrato, uma expansão de 32% no período. A recuperação, entretanto, não foi suficiente para retomar o número de postos deste estrato verificado no primeiro trimestre de 2020.
Já o número de postos para os trabalhadores de apoio alocados na economia criativa (um contador que presta serviços para empresas do segmento, por exemplo) cresceu 24%, com o acréscimo de 532,1 mil postos de trabalho no intervalo analisado.
O número de postos para trabalhadores criativos incorporados por outros setores da economia – um design que trabalha na indústria automotiva, por exemplo -, cresceu 10% no comparativo do 1º trimestre de 2022 contra o mesmo período de 2021, com a criação de 167,6 mil novos postos no intervalo.
A oferta de postos para o conjunto dos trabalhadores criativos (somando cultura e os especializados de outros segmentos criativos) teve crescimento menos intenso e bateu a marca de 4% de expansão. Este conjunto somava 2,6 milhões de empregos no 1º trimestre de 2021 contra 2,8 milhões no mesmo intervalo de 2022.
Vínculos de trabalho
Quanto ao tipo de vínculo de trabalho, os índices se mantiveram estáveis no comparativo entre o 1º trimestre de 2021 e o primeiro trimestre de 2022.
Segundo o levantamento, o percentual de trabalhadores formais da economia criativa no período ficou na faixa de 63%. Os informais são 37%. A informalidade no geral da economia brasileira ficou em 40% no 1º trimestre de 2022, segundo dados do IBGE.
Pré e pós-pandemia
O estudo também comparou o saldo do emprego da economia criativa antes e depois da pandemia. Embora tenha registrado forte crescimento no 1º trimestre de 2022, frente ao mesmo período de 2021, os postos de trabalho para trabalhadores especializados da cultura ainda não voltaram ao patamar pré-Covid.
No comparativo entre o 1º trimestre de 2022 e o 1º trimestre de 2020, houve encolhimento de 3% na oferta de postos para este estrato, com eliminação de 24,5 mil vagas.
Para os trabalhadores criativos incorporados por outros setores, houve aumento de 2% na oferta de novas vagas (+ 39 mil postos). Para o conjunto dos trabalhadores especializados que trabalham em setores criativos que englobam Publicidade, Arquitetura, Moda, Design, Tecnologia da Informação e Editorial, o crescimento foi de 9% (+174 mil postos) e para os trabalhadores de apoio da economia criativa, o número de vagas cresceu 16% (+381 mil postos).
Rendimento
O rendimento médio dos trabalhadores da economia criativa registrou queda nominal entre o 1º trimestre de 2020 (antes da pandemia) e o 1º trimestre de 2022, aponta o levantamento.
O conjunto dos trabalhadores do segmento registrava ganho médio de R$ 4.092,00 no primeiro trimestre de 2020. No mesmo intervalo de 2022, o ganho médio caiu para R$ 3.916,00.
O estudo apontou ainda que a média salarial dos trabalhadores da economia criativa é maior que a média dos trabalhadores da economia como um todo. Na economia criativa, o rendimento médio nominal foi de R$ 3.916,00 no 1º trimestre de 2022. O valor é R$ 1.132,00 maior que os R$ 2.784,00 verificados para o geral da economia.